Diferenças entre os movimentos Americano e Português: Parte 1

Armas
Nos EUA - Lá, rapper que se preze, tem que levar um ou dois tiros para se fazer homem. Depois disso, ganha respeito.
Em Portugal - Rapper que se preze leva facada, de preferência com um xizato. Além do mais, os atacantes são bazofes racistas (!) e deixam o trabalho incompleto: esqueceram-se de esfaquear as cordas vocais do gajo.

Dança Hip Hop
Nos EUA - Depósito de gajas boas prontas a aparecer no próximo clip do P. Diddy.
Em Portugal - Depósito de tipas gordas, profundamente frustradas porque sabem que nunca na vida conseguirão fazer breakdance e que, se não fosse a dança, nunca teriam amigas.

Dicção
Nos EUA - Os rappers só fodem a dicção quando têm pontos na boca (Kanye West) ou quando levam com balas no maxilar (50 Cent).
Em Portugal - Os rappers fodem a dicção quando não treinam a respiração, quando não sabem a letra de cor ou então quando têm preguiça de cortar palavras e precisam de encaixar frases de 5 orações numa batida 4 por 4 (porque o que interessa é a mensagem).

Dj's
Nos EUA - Premier, Q Bert, Shadow, Cut Chemist...
Em Portugal - Opção 1: É-se um dj conhecido quando se fazem dezenas de mixtapes, durante 10 anos, sempre com os mesmos mc's. Opção 2: É-se um dj conhecido quando se tem um blog e quando se fazem mixtapes sem scratch.

Droga
Nos EUA - Rapper que é rapper tem que vender droga dos 6 aos 12 anos para sustentar a família.
Em Portugal - Rapper que é rapper tem que dar forte e feio no cavalo e, ainda por cima, dar o mais possível nas vistas. Exemplos: Kiko, Mundo, Né (...).

Graffiti
Nos EUA - Nasceu e cresceu lá; tem-se tomates e pinta-se o metro em hora de ponta!
Em Portugal - Silvers feitos com tinta para carros; tags feitos com caps grossos; "Amo-te Sandra do 9º C".

Myspace
Nos EUA - Um espaço fixe para se ir sabendo as novidades dos gajos que admiramos.
Em Portugal - O Myspace é: um espaço fixe para se ouvir sons de mc's famosos que sairam nas mixtapes de há culhões. O único local onde é possível a Tamin receber convites de homens. O estaminé onde o Sam mete os beats que não teve coragem de meter em nenhum álbum. Nem no Tekillogia.

Nova Escola
Nos EUA - Papoose, Lupe Fiasco, Saigon, Bishop Lamont, etc etc.
Em Portugal - Um tipo que não sabe escrever (SP). Um outro que tem pronúncia francesa e que não sabe projectar a voz (Royalistick). Um grupo que tem o nosso pior mc em termos de flow (Deck-Arte). Um paneleiro que usa pólo cor-de-rosa (Twism). Cerca de 500 gajos que copiam o Fuse, o Maze e o Mundo, que por sua vez se copiam a si mesmos, e cada vez pior, há quase 10 anos.

Rádio
Nos EUA - Hot 97, a rádio onde se sabem as novidades e os beefs em primeira mão. Já para não falar na Shade 45, que passa 24H por dia de Rap.
Em Portugal - Nação Hip Hop, o programa que passa gajos da Loop, amigos dos gajos da Loop e sons que já toda a gente conhece desde há 3 anos atrás. Já para não falar na selecção internacional que, na maioria das vezes, consiste em sets de funk ou de dj's com gostos duvidosos. Ou em sons que já toda a gente conhece desde há 20 anos atrás. Porém, tem um lado positivo: deve ser o único medicamento que contém, simultaneamente, as funções de sonorífero e laxante.

Revistas
Nos EUA - Apesar da má-forma da Source, continuam a ser porreiras.
Em Portugal - A única revista a sério que tivémos oferecia mortalhas e meteu os Madvision na capa.

Barbas de Milho